quinta-feira, 14 de março de 2013

Cinema brasileiro: violência e pobreza

Dando os primeiros passos no programa de leitura que estabeleci para mim mesmo, deixo o acaso guiado pelo Google indicar-me um novo texto. As palavras de busca foram: cinema brasileiro.
Encontro texto de Esther Hamburger, datado de 2007, que explora adequação do conceiro de "sociedade do espetáculo", de Guy Debord, no entendimento da produção cultural, em particular a audiovisual, recente no Brasil. Essa discussão se dá, tendo como pano de fundo, o que autora denomina de disputas pelo controle e apropriação dos mecanismos de produção da visualidade em situações de interlocução entre sujeito e objeto, palco e platéia (p. 114)
Em sua análise, o eixo central está no documentário Falcão, meninos do tráfico dirigido por MV Bill. Mas, a autora traça também uma breve trajetória sobre o tratamento que a violência teve no cinema brasileiro desde o Cinema Novo até a produção documental mais recente. Leitura instigante e bem argumentada, cujo resumo é assim apresentado no artigo:

O artigo analisa obras recentes de ficção ou documentário que acentuaram a presença visual de cidadãos pobres, negros,moradores de favelas e bairros de periferia no cinema e na televisão brasileiros. Ao trazer esse universo à atenção pública, esses filmes intensificaram e estimularam uma disputa pelo controle da visualidade,pela definição de que assuntos e personagens ganharão expressão audiovisual, como e onde,elemento estratégico na definição da ordem (ou desordem) contemporânea. (p, 113).
HAMBURGER, Esther Violência e pobreza no cinema brasileiro recente. Novos Estudos - CEBRAP, n. 78, p. 113-128, 2007.



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