sábado, 1 de junho de 2013

Duas canções, dois filmes, duas trajetórias ditintas

Abismo Prateado:
Violeta (Alessandra Negrini) é uma dentista casada e com um filho, que tem um dia normal de trabalho. Ao ouvir uma mensagem deixada na secretária do celular ela entra em desespero. A mensagem foi gravada por seu marido, Djalma (Otto Jr.), que disse que estava deixando-a e partindo para Porto Alegre. Ele pede para que Violeta não o siga, mas ela não segue o conselho e tenta viajar, o quanto antes, para a capital do Rio Grande do Sul. (http://www.adorocinema.com/filmes/filme-193050/).

Faroeste Caboclo:
João (Fabrício Boliveira) deixa Santo Cristo em busca de uma vida melhor em Brasília. Ele quer deixar o passado repleto de tragédias para trás. Lá, conta com o apoio do primo e traficante Pablo (César Troncoso), com quem passa a trabalhar. Já conhecido como João de Santo Cristo, o jovem se envolve com o tráfico de drogas, ao mesmo tempo em que mantém um empregro como carpinteiro. Em meio a tudo isso, conhece a bela e inquieta Maria Lúcia (Ísis Valverde), filha de um senador (Marcos Paulo), por quem se apaixona loucamente. Os dois começam uma relação marcada pela paixão e pelo romance, mas logo se verá em meio a uma guerra com o playboy e traficante Jeremias (Felipe Abib), que coloca tudo a perder. (http://www.adorocinema.com/filmes/filme-202601/),

O primeiro produzido em 2011, o segundo em 2012. O primeiro inspirado na canção Olhos nos Olhos de Chico Buarque, o segundo na canção Faroeste Caboclo de Renato Russo. O primeiro dirigido por Karim Aïnouz, o segundo dirigido por Renê Sampaio. O dois lançados em 2013.

Filmes em estilos distintos, mas ambos com excelente fotografia e muito cuidado de produção. Pena que Abismo Prateado tenha sido lançado apenas em cinco salas em 26 de abril. Isso se refletiu no público atingido, 7.332 pessoas. Por outro lado, Faroeste Caboclo, só em Curitiba foi lançado em 8 salas,  em São Paulo mais de 50 salas. Estes números certamente colocarão o primeiro longa de Renê Sampaio entre os mais vistos do cinema brasileiro no primeiro semestre. Deverá rivalizar com Somos tão Jovens, biopic de Renato Russso, dirgido por Antonio Carlos da Fontoura, com produção em 2011. 

Bacana ver o cinema brasileiro se diversificando. Em 19 semanas de exibição, entre 4 de janeiro e 16 de maio, em 2013 foram lançados 36 filmes, quase dois por semana. Pouco mais de 5 milhões de espectadores.(https://docs.google.com/spreadsheet/ccc?key=0An35VQw3gIjHdHJYeld1cXZmYzh4b1R5eXNkWVVFYmc#gid=0).

No mesmo período foram lançados 106 filmes estrangeiros. No total o público foi de pouco mais de 40 milhões de espectadores. O cinema nacional representou, até agora, 11,4 % do total do público e 25% dos lançamentos.(https://docs.google.com/spreadsheet/ccc?key=0An35VQw3gIjHdEg2X1JObUFCcjg4SFlsSHVYS1JTMVE#gid=0).

Esses dados não incluem Faroeste Caboclo que foi lançado na 21a. semana de exibição que começou em 30 de maio. 

Duas trajetórias distintas. O que explica isso? Sem dúvida o esquema de lançamento em cada caso. As estatísticas da ANCINE indicam haver mais de 2.500 salas de cinema no Brasil. Ora um filme que é lançado apenas em cinco salas, não tem chances de competir com um que chegue a um número de salas cem vezes maior. Uma pena, pois assim como Faoreste Caboclo e Somos tão Jovens, Abismo Prateado merece ser visto por muitos brasileiros. Como mudar isso?