Em Dialética do Espectador, de Tomás Gutiérrez Alea,
encontram-se seis ensaios do cineasta cubano, famoso por Memorias
del subdesarrollo de 1968. Além dos seis ensaios do autor, há
ainda um prólogo de Jorge Ayala Blanco; de Aléa são também a
Introdução e um apêndice onde o cineasta comenta sobre a
repercussão de Memorias del subdesarrollo. A tese explorada
pelo cineasta é de que a relação espetáculo-espectador é de
natureza dialética, contrapondo razão e emoção, levando “a um
enriquecimento espiritual do espectador e um maior conhecimento da
realidade, a partir de uma experiência – uma vivência –
estética” (p. 87), mas também estimulando uma visão crítica e
novo posicionamento deste em face da realidade que o envolve. É no
ensaio “6. Alienação e desalienação. Eisenstein e Brecht”,
que Alea atinge o ápice de sua tese, evidenciando as posições de
ambos, patológica de Eisenstein e racional de Brecht, polos em
relação dialética, que defendem paradoxalmente a mesma síntese:
ciência e arte. Este buscando a emoção da lógica, aquele pensando
na lógica das emoções (p. 84). Brilhante ensaio em livro
primoroso!
Alea, Tomás Gutiérrez Dialética do espectador: seis ensaios
do mais luareado cineasta cubano. São Paulo: Summus, 1984. 114p.
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