sábado, 26 de janeiro de 2013

Dialética do Espectador


Em Dialética do Espectador, de Tomás Gutiérrez Alea, encontram-se seis ensaios do cineasta cubano, famoso por Memorias del subdesarrollo de 1968. Além dos seis ensaios do autor, há ainda um prólogo de Jorge Ayala Blanco; de Aléa são também a Introdução e um apêndice onde o cineasta comenta sobre a repercussão de Memorias del subdesarrollo. A tese explorada pelo cineasta é de que a relação espetáculo-espectador é de natureza dialética, contrapondo razão e emoção, levando “a um enriquecimento espiritual do espectador e um maior conhecimento da realidade, a partir de uma experiência – uma vivência – estética” (p. 87), mas também estimulando uma visão crítica e novo posicionamento deste em face da realidade que o envolve. É no ensaio “6. Alienação e desalienação. Eisenstein e Brecht”, que Alea atinge o ápice de sua tese, evidenciando as posições de ambos, patológica de Eisenstein e racional de Brecht, polos em relação dialética, que defendem paradoxalmente a mesma síntese: ciência e arte. Este buscando a emoção da lógica, aquele pensando na lógica das emoções (p. 84). Brilhante ensaio em livro primoroso!

Alea, Tomás Gutiérrez Dialética do espectador: seis ensaios do mais luareado cineasta cubano. São Paulo: Summus, 1984. 114p.

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