quinta-feira, 18 de abril de 2013

Práxis do Cinema

Em 1969, Noel Burch (http://pt.wikipedia.org/wiki/No%C3%ABl_Burch) publicou Praxis du Cinèma pela Editora Gallimard. Vinte e três anos depois, a edição brasileira pela Editora Perspectiva vem à tona com prefácio de Ismail Xavier.
Nesse livro, Burch articula uma teoria sobre a práxis do cinema estruturada em uma ideia dialética, não no sentido hegeliano, mas como a justaposição de opostos de diferentes elementos filmícos que compõem a estrutura da obra cinematográfica.
Não foi uma leitura fácil para um neófito como eu. No entanto, foi instrutiva. Composta em dez capítulos, agrupados em quatro partes, a publicação faz uma síntese sensata e coerente dos elementos que integram o fazer cinema para Burch. De forma desapaixonada, mas com muitas ilustrações, a jornada pelos capítulos é instrutiva. No último, reagindo a críticas ou, segundo Burch, mal-entendidos quando da publicação dos textos em Cahiers du Cinèma, o autor se define  como antes de tudo, um cineasta, um técnico do filme (p. 201). Afirma que escreveu, em primeiro lugar, pensando em outros cineastas. Nessa reação, reconhece, que abandona a objetividade que buscou no restante do livro. Isso torna o livro ainda melhor: razão e emoção se juntam! Tão consistente com o conceito de dialética que o próprio Burch adota!

BURCH, Noel Práxis do Cinema. São Paulo: Perspectiva, 1992. 217p.

P.S.: Mais uma vez, a leitura de um livro sobre cinema me sugere que entender sobre cinema exige que se veja cinema. Não basta ler sobre ele. Óbvio, não? Mas, isso implica que as leituras precisam ser acompanhadas do assistir. Tarefa nem sempre fácil!

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